Piratas voltaram a ser pescadores
Viveu ano e meio na Somália entre piratas e pescadores e veio a Lisboa falar sobre o futuro daquele país africano. Ao DN, o antropólogo explicou a lógica das milícias Al-Shabab e como estas estão a usar o jihadismo fora de fronteiras para reconquistar a influência interna perdida.
Como descreve as milícias Al-Shabab? São um grupo nacionalista somali, nacionalistas que recorrem à jihad como estratégia ou simplesmente terroristas?
Prefiro manter distância da expressão terrorista porque tem uma carga definitiva. Todos achamos saber o que é terrorismo, algo que não tem passado nem futuro. Prefiro ver as Al-Shabab no contexto histórico. É um movimento nacionalista que nasceu com a invasão pela Etiópia em 2006. E cuja luta tem continuidade na reação à invasão pelo Quénia em 2011. Quando governaram um quase Estado no Sul do país tentaram ser um governo normal, até queriam recolher impostos.
Então, na sua opinião, as Al-Shabab são uma resposta somali às invasões etíope e queniana?
Sim e há algo recente, que é a perda de influência na Somália, que as faz adotar um novo modelo, pretendendo ser um grupo terrorista global. É assim que surgem os laços com a Al-Qaeda e os ataques no Quénia, como este há dias na Universidade de Garissa.
Essa fase das Al-Shabab deve-se a uma nova liderança ou surgiu com a original?
dn
"Al-Shabab só ataca cristãos dos países que invadiram a Somália"
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