samedi 28 février 2015

A verdade dói, já se diz faz tempo

A verdade dói, já se diz faz tempo



A ideia de se falar a verdade é assustadora, tanto para quem fala, quanto para quem escuta. Especialmente se for uma verdade que não se quer acreditar, que não se quer ouvir. Por que tanto medo da verdade?



Criamos fantasias que mascaram a realidade em uma vã tentativa de controlá-la e fingir que aquela ilusão é a felicidade Uma falsa felicidade que não pode sequer ouvir falar que existe o outro lado da história. Não se quer enxergar que existe o diferente, o renegado, o discriminado, o faminto, o terror, a maldade. Temos que pintar um mundo todo cor de rosa para nos sentirmos seguros e, nesta ilusão, caminhamos temerosos e enfrentando as surpresas de quem nunca as espera.



Todos lutam pela liberdade de expressão em um mundo fantasioso. Assim o fazemos e colhemos os resultados de ações que não preveem os acontecimentos. O mundo não deveria ser assim. Mas é! Triste verdade. E a verdade dói, já se diz faz tempo.



Isso é a realidade na qual vivemos. E é aceitando essa verdade que podemos transformá-la, não apenas questionando-a quando, lá no íntimo, pretendemos negá-la por não termos a coragem de admitir que ela é o que é. Que somos o que somos. E devemos ser felizes dentro disso tudo, contudo, e com tudo. Afinal não são só dores.



O que se observa atualmente é: se for para ‘eu me dar bem’, levar alguma vantagem, algo de meu interesse, já não valem a ética, os valores etc. E para tudo se tem uma explicação tão lógica que chega a comover os mais desavisados. Cada um quer e tem a liberdade, é um tal de ‘tudo pode e tudo é’ que Deus nos perdoe, seres insignificantes desse imenso universo!



Com isso, cada um se vê com seus direitos de fazer o que quiser e assim outros também com seus direitos e liberdades. Pronto: instala-se o caos! Aí começam as choradeiras...



A moral anda meio fora de moda, não é? O respeito ao outro, às suas crenças e sentimentos, coisa antiquada! O importante é que se possa respeitar a si mesmo. Egoísmo coletivo. Coletivo e egoísta; chega a ser paradoxal.



Se quisermos mudanças no mundo, precisamos entender o seu funcionamento, não adianta apenas contestá-lo, precisa-se aceitá-lo como a realidade que existe para ser transformada. Mas isso é um trabalho doloroso. É como uma morte para as crenças tão fundamentadas da fantasia de que as pessoas são boas em plenitude e que não sentem raiva. Pelo menos a gente não sente, a gente não desrespeita, somos apenas ‘tudo de bom’.



O natural é selvagem. Não se pensa em piedade ou vingança. Apenas vive-se sua natureza, como movimentos de ação e reação. Lembra-se da aula de física na escola, quando ensinaram que a toda ação existe uma reação contrária em mesma força e intensidade?



Um leão não vai pensar na família de uma zebra quando estiver com fome, tampouco irá atacar por ódio. Os animais conseguem compreender a natureza e aceitá-la sem contestá-la. Não possuem os mecanismos de pensamento que inclui nosso ego como mediador, sempre tendendo ao centro da observação. Ao mesmo tempo, a zebra não vai querer fazer amizade com o leão. Cada um ocupa o seu lugar e buscam a vida. Vez por outra uma zebra morre abocanhada por um leão faminto. É a natureza e ela não é cruel por isso. É apenas a natureza em seus ciclos naturais de vida, morte e renascimento. Afinal, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, não é mesmo? E somos animais.



Vamos transformando-nos, para um mundo melhor, é claro. Porque do jeito que está, não dá mais pra ficar.








A verdade dói, já se diz faz tempo

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